A gente se entrega tanto e acaba voltando em pedaços. É que a parte delicada de ser intenso está na superficialidade dos outros. A parte sensível de amar, de sentir muito, ou do simples fato de gostar de alguém é que fica fácil da gente se ferir, principalmente na superficialidade desse mundo de almas vazias. A gente volta abarrotados das inúmeras desculpas, dos abraços que não eram sinceros, das palavras que eram recheadas de primaveras, mas na prática, eram apenas invernos ofertados. Findamos literalmente destruídos. Construímos sonhos para, no fim, morrermos entalados com planos nunca realizados. Entregamos até a última gota do nosso coração. Fazemos coisas que nunca achamos que pudéssemos fazer por alguém, só para ver o sorriso dela, só por preocupação, ou porque nos importamos. Derradeiramente, voltamos cheios de lesões, com um imenso rombo na alma, com a sensação de que ''eu fiz tanto e a outra pessoa nem sequer notou''. A gente parte partido, com um nó na garganta e um aperto no peito. O que se salva de todo esse mar de intensidades ou nos torna ainda mais humanos em todas essas experiências é que mesmo estando contundidos continuaremos a ser boas pessoas. Jamais podemos nos arrepender do amor que demos. Fizemos naturalmente aquilo que sentimos. Em certas ocasiões, perder é ganhar.
Autor do Texto: @relicariodeexp